sexta-feira, 25 de abril de 2008

A espera de um milagre


(Mais sinceros agradecimentos a 'Tom Riddle', minha fonte inspiradora=)



" -Encerro esse caso com a declaração de que Bellatrix Black Lestrange está condenada a prisão perpétua em Azkaban por torturar o casal Longbottom até a perda da razão e por se auto-declarar, perante este jure, fiel comensal da morte daquele-que-não-deve-ser-nomeado. - Disse o ministro da Magia, Cornellius Fudge batendo com seu martelo de madeira na mesa."
Essas palavras ainda ecoavam na cabeça de Bellatrix mesmo após catorze anos. Lembrava-se do dia da sua sentença como se fosse hoje. Lembrava-se de Narcisa olhando estupefata para ela enquanto era levada pelos aurores. Provavelmente estava assustada por não saber que Bellatrix tinha um vocabulário tão rico em palavrões. Lembrava de Barty Crouch e Sirius Black sairem chorando do ministério como se fossem dois bebês. Na verdade Barty Chouch não era mais do que uma criança, não sabia porque o Lorde das Trevas havia escolhido-o para ser seu comensal. Ela também sabia que seu primo não tinha nada a ver com isso, mas era um traidor de sangue. Ele sim merecia apodrecer no fundo da cadeia. Pelo menos alguém recebeu uma sentença justa naquele dia. Mas ela não se importava em ir para Azkaban, afinal, ela foi presa por uma causa que considerava nobre e sabia que um dia seria recompensada por isso. Ah, sim, ela se orgulhava daquele dia no tribunal. Sabia que já estava julgada e condenada antes do julgamento começar. De que adiantaria chorar e se lamentar? De nada. Ela não se humilharia àquele nível. Ela era uma Black Honraria o seu nome e o seu sangue.


Bellatrix havia adquirido uma mania desde o dia em que ela chegou em Azkaban: marcar na parede todos os dias que ela estiver ali. Ela marcava conjuntos de sete ao invés de cinco para poder contar as semanas mais facilmente.
Bellatrix Lestrange pegou uma pedra que se encontrava no chão da sua cela, e fez uma marca na parede com toda a força que ela ainda possuía. O risco marcava exatamente catorze anos de espera por aquele que somente ela tinha certeza que iria retornar. Ela era a única que sabia que Voldemort ainda estava vivo, que ele não podia ter morrido. Ele havia dividido o segredo de sua imortalidade apenas com ela, a sua mais leal e fiel comensal da morte. Ela saberia como encontrá-lo. No entanto, estava trancafiada naquele lugar e impedida de procurá-lo. Queria saber se alguém estava procurando por ele. Talvez sua irmã ou seu cunhado. Mas e se eles tivessem desistido? Fazia anos que sua marca negra não queimava. Algumas vezes durante aquele ano ela sentira uma dormência ou outra na marca, mas não uma queimadura. Não era um sinal que haviam encontrado-o e muito menos que ele teria restaurado o poder.
-Eu esperarei. - dizia ela, enquanto marcava na parede.
A fraqueza começava a tomar conta dela. A sua vontade era pegar uma faca e lhe abrir uma veia para conseguir a liberdade eterna. Muitos dos comensais que foram presos com ela, fizeram isso. Fracos e desmerecedores da honra de servir Voldemort. Ela não morreria para conquistar a liberdade própria. Morreria lutando por ele e ao lado dele. Não iria perder as esperanças, não podia deixar de acreditar nele. Anos se passariam, mas ela sabia que ele iria voltar... Ele iria voltar pra ela.
Bellatrix Lestrange colocou o rosto entre as mãos e lágrimas escorreram em seu rosto. Ela nunca chorava. Ela dizia que lágrimas eram para aqueles que não restavam mais nada, a não ser lamentar-se. Mas o que poderia restar para ela estando naquelas condições subumanas a não ser chorar e se lamentar? Sentou-se escorada na parede, abraçou seus joelhos e lentamente deitou-se de lado no chão. Seus soluços de angustia, de dor e desespero ecoavam por toda a cela. Não havia ninguém ali para poder olhar para ela. Não teria problema se desabasse apenas por um instante.
-EU VOU ESPERAR! - Gritou inúmeras vezes em meio aos seus soluços até que sua voz tornou-se extinta e adormeceu deitada no chão frio e úmido de pedras da sua cela.


Bellatrix lestrange juntou a pedra no chão de sua cela para fazer outra marca na parede. Dessa vez marcaria 14 anos, dois meses e três dias de sua prisão. Estava mais fraca e menos parecida com a Bellatrix Lestrange de alguns anos atrás. Seus olhos pareciam ter afundado no seu rosto. Seus sedosos cachos haviam se transformado em um emaranhado de cabelos tomados por parasitas que já nem lhe provocavam mais cosseira. Suas roupas estavam carcomidas por traças e sua pele branca estava mais branca As unhas que envolviam a pedra que ela segurava estavam compridas e num tom amarelado. Tudo isto misturado a sua expressão inerte a deixava cada dia mais parecida com um Inferi. Ao encostar a pedra na parede, sentiu uma forte ardência no braço que deixou a pedra cair de sua mão e bater no seu pé. Jogou-se no chão abraçando seu antebraço. A dor da marca negra a fez ignorar a dor que sentia no pé causada pela pedra. Fazia anos que não sentia isso que já quase nem lembrava de como aquela dor machucava. Mas ela não se importava a dor. Sentir a magia, a marca do seu Lorde queimando nela era a satisfação que ela tanto esperava.
O sinal tinha sido enviado pela marca de Pettigrew... Mas havia algo estranho...
-Não acredito. - Sussurou ela levantando-se vagarosamente, encarando a serpente que se contorcia no seu braço.
O sinal vinha da varinha do seu Lorde. Ele estava convocando seus comensais. Bellatrix olhou atônita para a marca que ainda queimava em seu braço, correu até a grade de sua cela.
-ELE VOLTOU! ELE ESTA VIVO DE NOVO! O LORDE DAS TREVAS VOLTOU! A MARCA NEGRA ESTA QUEIMANDO! VOCÊS SENTIRAM TAMBÉM??-gritou ela com todas as suas forças, dando pulos agarrada as grades. Gritos de alegria e afirmação ouviu-se por todo o corredor de Azkaban. - Ele voltou pra mim. - sussurou Bellatrix voltando a olhar para a marca.
Uma gargalhada saiu de sua garganta e uma felicidade que há tempos não sentia a invadiu. Nem se preocupou com os dementadores que começaram a rodar sua cela para poder sugar toda a felicidade que tinha nela. Ele estava vivo, isso dementador nenhum poderia mudar. Agora era apenas uma questão de tempo, para que Voldemort fosse tirá-la daquele inferno. Ela tinha sido leal por todos esses anos, jamais o abandonara. Ele não a abandonaria. Ela sabia que ele iria, e esperaria mais um pouco.


Bellatrix fez outra marca na parede de sua cela marcando seu 15° ano de prisão. Desde que o Lorde das Trevas retornou, a marca queimava todos os dias. Mas isso não a alegrava mais.
Fazia um ano que seu Lorde havia voltado, no entanto, ela continuava a apodrecer naquele lugar. Ele estava castigando-a e era o mínimo que ela podia esperar. Ela era culpada por tudo. Ela sabia dos segredos das Horcruxes e não tinha feito nada para ajudá-lo. Por confiar inteiramente na sua capacidade, ele demorou para retomar o poder. Mas como ele poderia esperar que ela fosse útil estando em um lugar que não se pode usar magia? Por isso ele a abandonou. Ela havia se tornado uma inútil. Ele jamais iria ao seu encontro novamente.


Bellatrix fez outra marca na parede de sua cela. Quinze anos e quatro meses haviam se passado. Já havia aceitado o destino que seu lorde havia deixado para ela. Morreria ali por Ele e não seria nenhum sacrifício a mais para ela, afinal ela não passava de uma morta-viva, não seria mais útil para ele. Com certeza já devia ter arrumado outras comensais mais jovens e mais poderosas do que ela para servi-lo... Bellatrix juntou a pedra que ela usava para marcar os dias e atirou contra os ratos que passeavam por ali indiferentes a presença da comensal. Esses pensamentos fizeram Bellatrix esbofetear-se no rosto. Atirou-se no chão.
-Crucio! Crucio! Crucio! - Dizia entre os dentes enquanto batia em si mesma.
Devia castigar-se como um elfo domestico faria. Ela não deveria duvidar do seu mestre. Não de sua lealdade para com ela. Ela era muito mais que uma simples comensal e ele sempre deixou isso claro para ela. Ele jamais deixaria ela de lado. Ela era sua amante carnal e espiritual. Ela sempre o aconselhara e sempre esteve presente quando ele precisou. Ela era única. Em todos os sentidos. Se ele ainda não tinha ido buscá-la era porque ele devia ter um motivo.
-Crucio! Crucio! Crucio! - continuava a bater em seu rosto e em seu corpo. A raiva que sentia de si, a deixou com o corpo dormente. Sentia raiva por não sentir dor. Parou apenas quando sentiu o gosto do sangue que escoria do seu nariz até os seus lábios. Rastejou até a parede e sentou-se escorada nela.
-Eu esperarei Milorde. Eu esperarei. - dizia ela limpando o sangue com o resto que tinha sobrado da manga de suas vestes.


Ainda estava jogada em um canto de sua cela observando os ratos que corriam de um lado para o outro e tocava levemente o contorno de sua marca. Havia se tornado tão fraca que não assustava nem os roedores. Não fazia mais questão de contar as marcas na parede e com isso não sabia mais quanto tempo havia passado desde aquela noite. Apenas marcava os dias como outro qualquer. Desde que soube que nunca mais sairia dali, todos os dias em Azkaban eram outro dia qualquer.

A tatuagem eu seu braço começou a escurecer rapidamente. A cobra começou a movimentar-se vagarosamente. Ela sabia o que ia acontecer. Sentiu a marca queimar. Outro sinal de Voldemort. Mas esse não era um sinal qualquer. Não era como os outros em que ele convocava os comensais. Era um sinal que indicava que ele estava a caminho e ficava mais forte a medida que ele se aproximava. Ele estava finalmente indo buscá-la. Bellatrix saltou e correu em direção as grades de sua cela.
- ELE ESTA VINDO! - gritava ela triunfante, batendo com as mãos na grade. Ele estava voltando para buscá-la. Ele estava voltando para ela.
Um estrondo forte ouviu-se quando as paredes de Azkaban explodiram. Bellatrix andou vagarosamente até o espaço que havia sido aberto na prisão. Ela podia sentir o vento gelado que vinha do oceano. Podia ver os dementadores voando em volta da prisão.
Bellatrix gargalhou olhando para a lua. Sentia a magia fluir no seu sangue. Sentia o sabor da liberdade. Sentia o vento nos cabelos e via os raios clarearem o céu. A marca ardeu mais forte. Ela sorriu olhando para o céu. Ela sabia que ele estava alí
-Bella. - disse uma inconfundível voz gelada.
Bellatrix estremeceu e o sorriso se desfez. Virou-se e viu logo atrás dela aquele que tantas vezes durantes seus sonhos viu indo buscá-la em Azkaban. Mas agora não era um sonho. Ele estava ali de pé, mais vivo e poderoso do que nunca.
Voldemort vestia as mesmas roupas negras tradicionais de sempre. Esboçou um sorriso ao ver Bellatrix. Sim, ele sorriu para ela.
Bellatrix correu até ele e atirou-se aos seus pés. Lágrimas de alegria brotaram instantaneamente dos seus olhos.
-Milorde, eu sabia que viria. Eu sabia que você viria me tirar daqui. No fundo eu sabia! Perdoe-me por instantes ter duvidado do senhor! Perdoe-me por não ter ido ao seu encontro quando retornou! Perdoe-me por ter me tornado essa inútil...- disse Bellatrix com a voz tremula, soluçando, ainda aos pés do seu lorde. Lagrimas queimavam em sua face incessantemente. Chorar pelo seu Lorde nunca era de tristeza ou fraqueza. Eram lágrimas que demonstravam a força que ela tinha para ter suportado Azkaban e a devoção que ela tinha por ele. Eram lágrimas tão nobres quanto o seu sangue.
-Minha doce Bella, o que Azkaban fez com você? - Falou ele, abaixando-se, tocando um de seus finos e longos dedos no queixo da comensal, levantando seu rosto para que ela olhasse para ele. - Eu te peço perdão por deixar-te esperar tantos anos.
-Não Milorde. Jamais me devestes desculpa alguma. - disse Bellatrix, balançando a cabeça negativamente com lagrimas escorrendo pelo seu rosto, encarando os vermelhos olhos de cobra do seu mestre. As feições de Voldemort haviam se transformado muito mais. Mas Bella não se importava. No fundo, para ela, ele continuava o mesmo adolescente rebelde com que se escondia nas torres do castelo de Hogwarts e ouvia falar dos seus desejos de dominar o mundo bruxo. Sempre o admirou. Para sempre o admiraria.
-A alguém que suportou Azkaban por tanto tempo, devo todas as desculpas do mundo. - Disse ele olhando em seus olhos.
-Não, senhor. Eu resolvi seguir-te e com isso arcar com todas as conseqüências da minha decisão. Suportei Azkaban por alguém que sempre mereceu todos os esforços do mundo. Enfrentaria mais quinze anos se fosse preciso. - Disse ela convicta.
-Jamais permitiria que isso se repetisse a minha mais leal comensal da morte. - disse ele, agora beijando levemente o rosto da comensal.
Bella sentiu uma queimação aonde ele beijou quase igual a ardência da marca negra. Um arrepio atravessou seu corpo.
Ele a colocou de pé.
-Trouxe algo que te pertence, Bella. - disse ele tirando de suas vestes, a varinha da comensal.
Bellatrix tomou sua varinha e a segurou com vontade. Sentiu a magia arder mais forte dentro dela. Ela não se lembrava de como era magia. Será que ela ainda seria capaz de conjurar alguma coisa?
-Morsmordre! - Gritou ela com toda sua força apontando para o céu escuro que cobria Azakaban.
Uma luz atingiu o céu e um crânio com uma cobra cintilaram verdes sob suas cabeças. Bellatrix olhava para a marca hipnotizada. Podia sentir o calor que ela emanava sobre o frio cortante da prisão.
-Aceita um passeio com seu Lorde, Bella? - Disse ele sorrindo, oferecendo seu braço direto para que ela segurasse.
-Jamais recusaria convite nenhum vindo de você, Milorde. - Disse ela fazendo uma reverência.
-Bella, mesmo após tantos anos trancafiada nesse chiqueiro não perdeste esta mania de 'formalidades' comigo? Sabes que as dispenso de você. - Falou segurando Bellatrix, tirando-a da posição de reverência.
-Eu sei meu Lorde, mas ainda assim insisto em te tratar dessa maneira. É mais do que merecido.
-Como quiseres, mas as dispensará por pelo menos esta noite. - Disse ele, seriamente.
-Vou apenas dispensar as formalidades esta noite pois você esta pedindo. Como comensal fiel que sou, farei o que você desejar. - Falou Bellatrix, sorrindo.
Ele novamente ofereceu o braço a ela, e sumiram no ar deixando para trás aquele lugar que Bellatrix não queria ver tão breve.
Bella não lembrava mais da sensação sufocante de aparatar. Mas para ela, nesse momento, era a melhor sensação do mundo. Sentiu a terra embaixo de seus pés descalços e uma leve brisa beijou seu rosto. Estava com os olhos fechados para poder sentir àquilo tudo mais profundamente. Os barulhos das corujas e os uivos ao longe soavam como musicas aos seus ouvidos. Tudo para ela era mágico. Era como descobrir o mundo novamente. Respirou fundo.
Voldemort apenas observava a comensal. Azkaban havia acabado com sua beleza, mas ela continuava a mesma por dentro. Continuava fiel, leal e tinha algo no olhar que era absurdamente atraente. Fez um gesto com a varinha e rapidamente Bellatrix estava limpa e livre das roupas da prisão. Vestia agora as suas roupas negras de comensal.
Ela abriu os olhos e pode reconhecer aonde estavam. Seu coração acelerou. Estavam na floresta proibida enfrente a uma árvore com a marca de uma serpente, local que muitas vezes serviu de cenário para seus encontros. A cada instante, Voldemort a surpreendia mais...


“-Tom? - sussurrou a menina, virando a direita na árvore com a marca de uma cobra e seguido em frente. Seu coração batia acelerado e tinha a varinha nas mãos.
Já havia decorado o caminho na floresta proibida. Fazia meses que se encontravam ali depois do jantar. Ele podia sair a hora que quisesse do salão comunal da Sonserina, afinal era monitor chefe. Ela sempre arrumava um jeito de escapar, afinal era Bellatrix Black.
-Estou aqui Bella. - Disse, logo atrás dela escorado na árvore com a serpente desenhada.
Bellatrix tinha ido reto e havia passado por ele sem se dar conta. Ela procurava não demonstrar, mas sempre ficava nervosa quando se encontrava com ele.
Bellatrix sorriu ao ouvir a voz dele, guardou a varinha e virou-se para encará-lo. Nossa, como ele ficava lindo naquela penumbra. Era quase impossível segurar o desejo de pular no seu pescoço.
-Achei que não viria mais... – Disse ele, indo na direção de Bellatrix.
-Você sabe que não durmo direito quando não nos encontramos. - Disse ela, sorrindo maliciosamente.
Ele riu também e levemente a beijou. Seu beijo era doce, carinhoso e quente ao mesmo tempo. Suas mãos oscilavam entre sua cintura e cabelos. Bella passava uma mão no cabelo perfumado dele e com a outra, vagarosamente, desfazia o nó de sua gravata. Dando leves selinhos nos lábios dela, abria os botões da camisa da menina.
- Sentirei saudades... -sussurou ela.
-Será por pouco tempo.- Disse, ainda beijando Bellatrix.


-Deve se preparar para o que está por vir, Bella. - Disse Voldemort, tirando-a de suas lembranças. - Quero a minha comensal preferida nas missões mais importantes.
-Sempre estive preparada, Mestre.
-Então deve preparar-se mais. Não quero cometer o mesmo erro que cometi a quinze anos atrás... - Dizia Voldemort, mais para si do que para Bellatrix.
-Não se preocupe Milorde. Estarei pronta para o que quiseres que eu faça. Não vou decepcioná-lo - Bellatrix fez menção de reverência-lo, mas com um olhar Voldemort a repreendeu e ela voltou a sua posição.
Eles apenas se olharam por um instante. Voldemort mantinha o mesmo pensamento em mente. O mesmo que tinha sempre que encarava a comensal. Bellatrix ainda não acreditava que a menos de meia hora atrás, estava agonizando numa prisão e que agora estava frente a frente com seu Lorde, aquele que havia sido considerado morto por tantos, mas que estava ali, encarando-a de pé, pronto para lhe dar ordens que ela teria o maior prazer em cumprir.
-Esperei tanto por esse momento...- Sussurou Bellatrix, sem desviar o olhar.
-Esperei por esse momento tanto quanto tu, minha querida – Disse ele, tomando uma da mãos da comensal e levando-a aos lábios.
-Só agora percebo o quanto valeu a pena esperar-te. - disse ela, aproximando-se do seu lorde.
-Sabe, tenho sentido muita falta da nossa época em Hogwarts, quando ainda éramos jovens e eu tinha feições mais humanas... Você, minha bela, apesar desses anos em Azkaban continua a mesma beldade com a qual eu escapava da sala comunal da Sonserina durante as madrugadas... - Sorriu maliciosamente.

Bellatrix não acreditava que ouvira isso dele. Ele ainda se lembrava dessa época... Fazia tantos anos, mas ele sentia falta... Ele sentia falta dela...
-Asseguro-te que meus sentimentos por ti continuam os mesmos desde a nossa época em Hogwarts. Te encontrar me faz sentir como uma adolescente novamente.- sussurrou devolvendo o sorriso malicioso.
Ele sabia que os sentimentos de Bellatrix iam muito além de admiração. Ela sabia que os sentimentos dele não passavam disso. Mas ela nunca se importou, afinal sempre soube que os objetivos do seu lorde não permitiriam o envolvimento mais profundo com uma mulher. E ela estava satisfeita por ter o homem que ela queria com ela.
Ele olhava penetrante nos seus negros olhos. Ela sabia que ele estava lendo sua mente. Não estava preocupada com isso. Muito pelo contrário, o que ela mais queria era que ele lesse seus pensamentos.
-Deves tomar cuidado com o que pensas, Bellatrix. - Disse ele maliciosamente.
-Não tomarei cuidado enquanto pensares o mesmo que eu - respodeu maliciosa.
Ele deu um passo a frente, deixando seu rosto a menos de um centímetro do rosto da comensal. Bellatrix podia sentir sua respiração. A beijou no canto da boca.
-Sentiste saudades? - Perguntou ele, num sussurro ao pé do ouvido da comensal.
-Infinitas Milorde. - Disse ela sussurando também.
Bella cerrou os olhos, e com a sua mão direita, fez com que a mão do seu lorde, suspensa ainda a milímetros de sua cintura, a tocasse. Como ela havia ansiado por aquele toque, para sentí-lo de novo. Com a outra mão, ele enfiou os dedos por entre os longos cabelos cacheados dela, segurando-a com desejo. Ela não resistiu mais, e o abraçou com força, pendurando-se no pescoço dele. Podia sentir o coração dele batendo junto ao dela. Podia sentir o perfume dele. Como era bom estar nos braços de Voldemort. Lágrimas escorreram mais uma vez dos olhos de Bellatrix.
-Obrigada por retornar Milorde. - Disse Bellatrix voltando a si, afastando-se dele e olhando para o chão. Ele era seu Lorde, não podia simplesmente chegar pulando nos braços dele. Devia esperar uma ordem.
Ele não disse nada. Apenas voltou a enlaçar Bellatrix pela cintura. A comensal estremeceu.
-Hoje você será somente minha. - falou ao pé do ouvido da comensal.
-Eu sempre fui somente sua, Milorde. - Disse num sussurro fechando os olhos.
Ele beijou levemente seu pescoço e seguiu beijando-a vagarosamente até a sua boca. E, quando encostou, de leve, os lábios dela com os seus, pôde sentir o seu gosto. Bellatrix sentiu, pela primeira vez na vida, como se estivesse sendo consumida por chamas, corria fogo vivo em suas veias. Era a primeira vez que Voldemort a tratava com um certo carinho. E ele apertou os lábios contra os dela, intensificando aquela sensação maravilhosa. O coração deles batiam fortes, cada vez mais rápido, num compasso sincronizado. Os lábios trêmulos, sôfregos de Bella se abriam para ele, e ele aprofundava, assim, cada vez mais o beijo. Ele segurando-a pela cintura, a puxou para mais perto. Passava as mãos pelos cabelos negros dela, enquanto ela se equilibrava, na pontinha dos pés, abraçada ao pescoço dele. O calor que sentiam era tão intenso, que era como se a qualquer momento eles fossem derreter, para se fundirem num só corpo. Ela agora experimentava, de novo, o que era felicidade. Sentia-se inteira novamente, completa. Depois de anos de tortura naquele lugar horrível, sem aquela sensação de plenitude, sentia-se recompensada. Com uma das mãos, ele vagarosamente abria seu vestido, ela, também sem pressa, despia sua gravata. Teriam bastante tempo. Quanta saudade ela havia sentido dele...



"I'm standing on a bridge

I'm waiting in the dark

I thought that you'd be here by now

There's nothing but the rain

No footsteps on the ground

I'm listening but there's no sound


Isn't anyone trying to find me?

Won't somebody come take me home?


It's a damn cold night

Trying to figure out this life

Won't you take me by the hand?

Take me somewhere new

I don't know who you are

But I... I'm with you


I'm looking for a place

I'm searching for a face

Is anybody here I know?

Cause nothing's going right

And everything is a mess

And no one likes to be alone

(...)

Why is everything so confusing?

Maybe I'm just out of my mind."



I'm With you -Avril Lavigne

3 comentários:

Unknown disse...

adorei... linda fic^^
=*

Tom Marvolo Riddle disse...

Minha cara Bella... Sempre genial. Pra sempre a minha Bella. Aquela que escolhi pra ter junto de mim.


Você me enche de orgulho, sabia?!


Beijos em seu coração gelado,
Seu Milorde.

Unknown disse...

{Outra vez venho lhe dizer:perfeita fafic, muito intereçante.=D}