quinta-feira, 8 de maio de 2008

O último Sacrifício


(Olá!
Criei essa fanfic com o objetivo de dar um final mais 'digno' a minha idolatrada Bellatrix Lestrange. Espero que gostem ;D

Beijos e Obrigada! )



-Não vamos a lugar algum! - Bradou Bellatrix enlouquecidamente.
Sua voz ecoou por toda a imensa sala da mansão Malfoy fazendo as janelas vibrarem. Ela ofegava, suas narinas e pupilas delatavam-se.
Os outros comensais que falavam incessantemente se calaram no mesmo instante. Alguns, inclusive, recuaram alguns passos cautelosos.
-O que disse Bella? - Disse Lucio Malfoy, com aquela voz insuportavelmente arrastada. - Você quer que fiquemos aqui para sermos mortos que nem Vold..
-NÃO OUSE FALAR O NOME DELE! - gritou posicionando a varinha embaixo do queixo de Lucio.
Ele, com o susto da rápida aproximação de Bellatrix, não se moveu. Permaneceu sério encarando a comensal. Os outros comensais congelaram, não ousariam nem respirar, muito menos se interpor entre eles. Um silêncio mortal se fez. Naquele instante, Bellatrix Lestrange teria força para liquidar todos eles.
Ela não via mais nada. Sua mão apertava firmemente a varinha, sua cabeça latejava e ela respirava mais rápido, tudo girava ao seu redor. A única coisa que via era o cinza dos olhos de Lucio Malfoy perigosamente próximos ao negro dos olhos dela.
-O que deu em você Lestrange? - Perguntou baixo o suficiente para que só Bellatrix ouvisse, franzindo as sobrancelhas.
-Não vai desrespeitar o MEU Lorde na minha presença. - falou ela, apaixonadamente afundando a varinha no queixo do comensal.
-Bellatrix! Precisamos sair daqui!Logo os aurores chegarão e seremos todos mandados para Azkaban... Seu Lorde, Bella... Não há mais nada que possamos fazer... Voldemort está morto. - Disse friamente, como se explicasse a uma criança o porquê do céu ser azul.
Os outros comensais da morte esperaram ver um jorro de luz verde sair da varinha que Bellatrix tinha nas mãos. No entanto, por alguns instantes, o brilho e a raiva dos olhos de Bella desapareceram. Ela se esvaziou e o chão sumiu sob seus pés. Não sentia o coração bater e nem o ar entrar em seus pulmões. A sensação era dez mil vezes pior do que a sensação de aparatar. Será que finalmente ela teria entendido o que tinha acontecido?
Bellatrix lhe deu um tapa na cara. Os cabelos loiros de Malfoy voaram até o chão. Deu alguns passos para trás olhando para o homem estatelado. Narcisa, que também estava na sala congelada observando-os, correu até ele com lágrimas nos olhos.
-'Covardes da morte' é o que vocês são! - falou Bellatrix com raiva e com um notório desprezo na voz, olhando para a irmã que estava ajudando o marido a levantar.
-Bella... - Suplicou Narcisa. - Vamos sair daqui... Você sabe melhor do que ninguém, você estava lá ao lado dele quando ele m...
-ELE VAI VOLTAR!!- Bradou Bellatrix entre os dentes e subiu correndo a escada da mansão. Narcisa fez menção de segui-la, mas Lucio a segurou com um abraço.
Ela corria pelo corredor. Não sabia onde estava indo, mas seguia enfrente sempre. Bellatrix não tinha lágrimas nos olhos, embora estivesse explodindo por dentro. Sua vontade era chorar dia e noite sem parar até que sua dor se sessasse junto com sua respiração e batimentos. Então ela poderia ir para junto dele eternamente, jazer ao seu lado no frio do sepulcro.
Parou de correr apenas quando chegou ao final do corredor, onde se encontrava uma imensa janela em formato de losango. Era possível ver os raios de sol que entravam pela janela. Ela estreitou um pouco os olhos para evitar a claridade, mas continuou em direção a ela. Colocou suas mãos sobre a soleira da janela e, com os olhos fechados, ela finalmente deixou que seus sentimentos transparecessem através de lágrimas que lavaram o seu rosto.
Quem se importava agora se ela chorasse ou não? De que adiantou ela ser forte e nunca se deixar abater por nada? Ele tinha sido o homem mais forte, mais destemido e temido que ela já conhecera e, no em tanto, foi derrotado pelo “escolhido”, caindo morto ao lado dela.
E ela não pode fazer nada. Ela sabia que ele não voltaria mais, que não haveria mais possibilidades uma vez que todas as Hocruxes haviam sido destruídas. Como ele, que era tão inteligente, não pensou que poderia ser descobertas as Horcruxes? Por que ele não as manteu mais seguras? Como ele, tendo ligamento com a mente de Harry Potter, não conseguiu usar deste artifício para descobrir onde o garoto estava escondido e o que estava fazendo? Não encontrar respostas para essas perguntas a deixava com mais raiva e fazia mais lágrimas brotarem de seus olhos.
Há alguns anos atrás, ela estava ali naquela janela observando as árvores do enorme jardim da mansão...
“Era verão e fazia muito calor. O sol brilhava escaldante no imenso céu azul. Fazia tempo que não se via o céu da Inglaterra tão bonito.
Uma jovem mulher estava escorada no parapeito da janela, observando o sobrinho e sua irmã brincarem no quintal com o fresbee dentado que ela havia lhe dado no natal.
Fazia pouco tempo que estava casada com Rodolphus. Sua mãe e seu pai haviam o escolhido para ser marido dela por inúmeros motivos: Ele era sangue-puro, vinha de uma nobre família e era um fiel comensal da morte.
Mas Bellatrix o achava patético e medíocre. Só sabia falar de charutos, quem estava na frente do campeonato mundial de quadribol e quem seria o melhor candidato a ministro. Por que 'ela' se casaria com 'ele'?
Quando soube da decisão de seus pais, ameaçou fugir de casa se a obrigassem a casar com ele. Ela não se casaria jamais. Seria eternamente e somente do Lorde das Trevas.
Enfrentar Druella a fez receber o pior crucio na vida. Não fazia idéia de como a maldição vinda de sua mãe poderia machucar tanto. Sentia como se todos os ossos do seu corpo estivessem em chamas. Não conseguia gritar. Sua mãe apenas parou quando Bellatrix implorou para morrer porque não aguentava mais a dor. Decidiu que o castigo havia sido suficiente. Passou uma semana se recuperando no hospital St. Mungus, mas ninguém nunca soube que tinha sido Druella a responsável.
Agora, três meses depois de casados, ela já havia aceitado e até reconhecido algumas qualidades de Rodolphus. Nem ela e nem Rodolphus estavam apaixonados, mas estavam satisfeitos. Ele estava contente em ter sua radiante companhia para exibir nas nobres festas da alta sociedade bruxa. Ela também sentia-se contente por ser “Senhora Lestrange” e terem enchido um cofre de galeões no banco de Gringotes agora que haviam juntado as duas fortunas.
Mas ela sentia falta do seu Lorde... Desde o último encontro na floresta proibida, faziam anos que eles não tinham mais se visto. Ele havia ido para a Albânia e depois de tantos anos retornara transformado e não queria mais ser chamado de Tom Riddle. Ela não sabia porque... Gostava do nome “Tom”(se bem que ele já não combinava nada com as característica ofídicas que ele havia adquirido).
Mas não importava. Ela o amava mais do que já amou a qualquer pessoa. Talvez ele fosse a única pessoa por quem ela realmente se apaixonou. No entanto, ela estava casada com outro e seu Lorde nunca mais a procurara.
Bellatrix soltou um longo suspiro sentido.
-Apaixonada Bella? - Uma voz fria que arrepiou Bellatrix falou logo atrás dela.
Ela sorriu. Virou-se para encara-lo.
-O senhor sabe que sim, Milorde. - disse ela olhando nos olhos dele.
-Sabia que estou muito satisfeito que casaste com Rodolphus, não sabe? - Disse ele, aproximando-se dela.
Bellatrix não respondeu. Sua felicidade sumiu do seu rosto instantaneamente. Ele 'satisfeito'? Agora ficara mais obvio do que nunca que seus encontros ficaram guardado em algum lugar numa doce lembrança da adolescência...
-E sabes porque me sinto satisfeito?- Mais um passo em direção a ela.
-Porque ele é sangue-puro e possui o nome de uma nobre família bruxa?-perguntou desviando o olhar, decepcionada.
-Seriam esses os motivos se eu fosse seu pai, Bella. - disse ele sorrindo ironicamente. Ela voltou a encará-lo- Você é uma mulher linda, Bellatrix. Merecia um bruxo tão notável quanto você para casar-se. Sim, ele é notável, Bella. Apenas lhe de a chance de demonstrar. E ele é leal e fiel a mim, Bellatrix Lestrange. Tenho certeza que jamais ousaria me recusar nada... - Ele deu mais um passo na direção da comensal que neste instante agarrou firmemente o parapeito da janela atrás dela.
Bellatrix sentiu um calor atravessar seu corpo. Ela estaria sonhando? O Lorde da Trevas, Lorde Voldemort ainda interessado nela?
Ele deu outro passo, ficando a poucos centímetros dela. Ela queria, mas não podia trair seu marido. Não sentia nada por ele, mas lhe devia respeito. Eles estavam cada vez mais próximos. Ela precisava, de uma vez por todas, decidir a quem ela seria fiel...
Depois daquele dia, eles passaram a se encontrar nos locais mais inusitados da mansão. Bellatrix o beijou como nunca beijara na vida. Ele, vagarosamente, a guiou para dentro de um dos quartos da mansão. Ela sentia um misto de saudade, desejo e desespero. Uma saudade, um desejo e um desespero que ela sempre sentiria toda vez que ele se afastasse.”
Ela sorriu, em meio as lágrimas, ao se lembrar disso. Agora, escorada na janela, ela sabia que ele jamais viria ao seu encontro novamente. Jamais aliviaria aquela ânsia que ela sentia toda vez que ele se afastava. Jamais sentiria o calor que emanava do seu corpo. O medo que ela tanto sentia em perdê-lo para sempre havia tomado conta de cada centímetro do corpo da comensal. O seu pior pesadelo havia, finalmente, tornado-se realidade. A pior das realidades. Pior do que a tortura que sofrera de Druella, pior que o beijo do dementador, pior que os 15 anos em Azkaban...
Lágrimas continuaram a queimar no seu rosto, deslizando pelo seu pescoço até desaparecerem no seu vestido negro de comensal da morte.
O vestido negro, a marca negra... Eram a marca que ela carregava de sua lealdade e fidelidade, era a marca de que ela pertencia a ele, era a marca que uniria a vida dos dois para sempre.. Puxou para cima a manga de seu vestido e encarou a tatuagem marcada a fogo inerte no seu braço. Parecia um pouco mais clara desde a ultima vez que ela a viu. Salpicou-lhe de beijos apaixonadamente. Queria poder buscar la no fundo da marca, um mínimo vestígio da magia do seu Lorde. Queria senti-la queimar, queria sentir o chamado dele. Mas o chamado nunca mais viria, a marca nunca mais queimaria. Mais lágrimas. Foi ali naquela casa, na sala de estar que ela recebera a marca negra. Depois daquele dia, jamais sairia do lado dele. Onde ele estivesse, ela certamente estaria. Seguiria seus passos por todos os caminhos.
Ela estaria com ele... Sim, ela para sempre estaria com ele aonde quer que ele fosse. Bellatrix enchugou seus olhos e virou-se para o corredor que agora estava extremamente iluminado pelo sol. Seguiu caminhando calmamente. Ela não sentia seu pé pisar no chão, era como se a dor houvesse adormecido todo o seu corpo.
Ao passar pela escada notou que não se encontrava mais ninguém na sala que há pouco ela deixara. Haviam fugido da responsabilidade que tinham para com o Lorde das Trevas. Lucio e Narcisa Malfoy não seriam mesmos dignos de ser seus comensais. Quando estavam na batalha de Hogwarts, apenas se preocuparam no bem do seu filho. Ignoraram o compromisso que tinham com o Lorde das Trevas. Talvez se tivessem ajudado, Voldemort ainda estaria vivo.
Chegou em uma sala que ela conhecia muito bem. Depois do retorno do Lorde das Trevas, todas as reuniões aconteceram ali naquela sala. Ela tinha as paredes nas cores verdes e prata. Uma lareira que parecia ser feita de prata no fundo esquentava o local. Uma longa mesa encontrava-se no centro. Um piano enfrente a gigantesca janela e sofás muito confortáveis e luxuosos na frente da lareira completavam a decoração. Tudo era exageradamente grande e luxuoso. Rapidamente, ao entrar na sala, uma lembrança lhe veio a cabeça:
“Bellatrix andava apressada, seu corpo inteiro tremia de nervoso. As pessoas nos quadros acenavam-lhe com cabeça desejando-lhe sorte. Ela alcançou a porta da sala que estava fechada. Não era possível ouvir nenhum som que pudesse vir de lá de dentro. Calmamente e segurando a respiração, ela tocou a maçaneta da porta e a abriu.
Voldemort se encontrava sentado no sofá em frente a lareira. Ela fez um esforço sobrehumano para não olhar para o chão, onde se encontravam corpos de inúmeros duendes de Gringotes e muitos soltavam gemidos baixos de dor ou palavras sem sentido.
Ela seguiu séria até ele, desviando dos duende e chutando alguns que se agarravam ao seu calcanhar. Não estava com medo, mas estava receosa e um pouco curiosa também.
-Milorde... - hesitou Bellatrix
-Bella... Mais uma vez tu falhaste comigo. Dissera que a taça ficaria segura no cofre, não disse?-Falou calmamente girando a varinha nos dedos.
A pouca cor que Bellatrix tinha na face sumiu. O que ela tinha a ver com isso? Gringotes era realmente muito seguro e nunca havia sido arrombado até aquela noite. Sua vontade era perguntar-lhe se por acaso ela tinha cara de duende... Mas se ela fizesse isso, certamente se uniria aos que jaziam no chão da sala.
-Milorde...Eu... Não sei o que dizer. Recuperaremos a taça antes que ela seja... E se for, ainda tem as outras que estão seguras. Não há o que se preocupar. - Falou rapidamente, embrulhando-se nas palavras.
-Como sabes que as outras estarão em segurança Bella? Como sabe que o menino Potter não as encontrou? - Perguntou levantando-se e posiciando-se muito proximo a ela e encarando-a firmemente.
-Eu... Apenas um palpite.
-Palpite? Você tem noção do que isso representa Bellatrix Lestrange?? - Falou aumentando a voz e apertando os olhos. - Você sabe o que pode acontecer se as Horcruxes forem destruidas?
Bellatrix não dizia nada. Seu coração estava batendo forte. Agora ela estava amedrontada. Ele a segurou pelos ombros.
-Eu vou virar um mortal qualquer, Bellatrix. As Horcruxes são o que me predem a vida eterna. Você compreende o que pode acontecer a proxima vez que eu encontrar Harry Potter se elas tiverem sido destruidas?
-Ele é apenas uma criança Milorde...
-ELE CRESCEU, BELLATRIX! -gritou, sacudindo-a pelos ombros. - Encare os fatos, mulher!
Lágrimas vieram aos arregalados olhos de Bellatrix, mas com toda força que ela tinha, as prendeu e não permitiu que elas rolassem. Estava com medo, mas o olhava nos olhos. Estava nervosa sobre aonde essa conversa poderia chegar.
-Ele cresceu Bella, ele cresceu. - Disse ele agora, mais calmamente – E ele está caçando as Horcruxes. Não sei como, mas ele descobriu... Eu não sei o que fiz de errado... Não entendo o que pode ter falhado... - dizia como se implorasse que ela tivesse uma resposta.
-Mandei Aleto vigiar a torre da Corvinal. É provável que Potter apareça lá. E Bellatrix, quero que prepare os outros comensais. Estejam prontos quando receberem o sinal dela e vão para lá imediatamente e iniciem o ataque. Mas reforce a eles que não quero que matem Potter, ele deve ser meu.
-Potter não colocará as mãos sobre essa Horcruxe, Milorde.
-Espero que não, Bella. Espero que não.
Bellatrix viu que não havia apenas preocupação nos olhos dele mas medo também. Ela faria de tudo para garantir que Potter chegasse as mãos dele e fosse liquidado de uma vez por todas.
-Milorde. Vai dar tudo certo. - Falou mais uma vez sem pensar.
Voldemort a olhou nos olhos mais uma vez. Bellatrix ficava extremamente vulnerável na presença dele, ela praticamente se tornava outra pessoa. Ele levemente levou as mãos em sua cintura e a abraçou com força. Bellatrix se agarrou em seu pescoço e beijaram-se. Queria poder envolvê-lo nos braços para sempre e garantir que ele ficasse em segurança, garantir que ele jamais fosse embora, que jamais a deixasse novamente. Ela queria ficar naquele abraço pra sempre... Mas infelizmente o abraço se desfez do mesmo jeito que se fez e Voldemort voltou a falar.
-Vou verificar as outras Horcruxes. Estarei de volta quando receber o sinal de Aleto.
Bellatrix apenas acenou com a cabeça e o viu desaparecer.”
Fechou as gigantescas portas da sala logo atrás de si e com um balanço da varinha as trancou. Do outro lado da sala, a enorme sacada parecia mais convidativa aquela manhã do que jamais estivera. As portas de vidro estavam abertas e as longas cortinas de veludo verde balançavam suavemente perante a languides do vento. Os raios de sol incidiam com mais força sobre a sala mergulhando-a em um brilho extremo e insuportavelmente branco. Toda aquela claridade parecia insultar a escuridão que já tomara conta de Bellatrix.
Atravessou o salão até alcançar a beirada da sacada onde realizaria sua última mição e sacrifício em nome de seu Lord. Seus braços repousaram sobre o parapeito e seus olhos fixaram o chão. Distantes de seus olhos, porém mais próximo do que nunca. O pouco que lhe restara de sentimentos humanos esvairam-se com o tempo e com os acontecimentos. Ela perdera sua metade, seu líder, seu Lord. Seus sonhos e esperanças espedassaram-se e espalharam-se pelo chão como cacos de vidro. Cacos que jamais poderiam ser unidos e colados novamente.
A leve brisa chocava-se contra seu corpo jogando-a à favor da corrente de ar que ia em direção ao chão. Contudo, ela permaneceu imóvel. Apenas os cachos negros sediam a força do vento e balançavam toscamente. Fechou os olhos e inspirou profundamente secando as últimas lágrimas que escorreram. Quando seus olhos tornaram a se abrir, ela girou o braço e encarou a marca negra que parecia escurecer vagarosamente. Seu dedo indicador contornou-a com carinho e ela quase podia senti-la queimando, ver a cobra se mechendo e o braço formigando. Recebia o último chamado do seu Lorde, o qual ela atenderia prontamente como sempre o fez.
- Estou indo Milord. - disse beijando o pulço com lágrimas voltando a escorrer dos seus olhos.
Bellatrix encarou o céu azul e sacou a varinha. Segurando-a com força nas mãos, mirou para o alto e conjurou pela última vez:
-Morsmordre!
Observou com um sorriso nos lábios a marca que cintilava verde naquela beleza celestial logo a cima de sua cabeça. Queria lembrar-se daquilo para sempre. Queria carregar aquela marca para sempre em sua memória como um prêmio por tudo que fizera, por tudo que conquistara e lhe fora tirado em poucos minutos.
Seus olhos fixaram um ponto qualquer a sua frente. "Continue, Bellatrix." - sussurrava uma voz gélida em sua cabeça. Atendendo a ordem, seus pés subiram sobre a grade da sacada. Os olhos fecharam-se, os braços se abriram sem nunca parar de sorrir. E Bellatrix mergulhou em direção a sua morte, que a abraçou ternamente. Em poucos segundos seu corpo encontrar-se-ia com chão e, então, seu sangue escorreria por cada poro do seu corpo e ninguém jamais poderia beber de sua fraqueza, pois seu sangue fora sempre de seu Lord. Não haveria mais dor, não haveria mais lembranças, não haveria mais nada que pudesse machucá-la. Nada, nem mesmo a morte, poderia ser pior que a dor que ela sentia em perdê-lo.



“See the stone set in your eyes
See the thorn twist in your side
I wait for you
Sleight of hand and twist of fate
On a bed of nails she makes me wait
And I wait without you
(...)
My hands are tied
My body bruised, she's got me with
Nothing to win and
Nothing left to lose
(...)
I can't live
With or without you
(...)
And you give yourself away
(...)”
With or without you (U2)

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