domingo, 22 de junho de 2008

'Apenas' um pequeno pedaço de papel

"Uns dizem que ele morreu. Bobagem na minha opinião. Não sei se ele ainda teria bastante humanidade para morrer."
Mais uma vez essa frase veio fazer sentido. A pergunta aqui é: O diário de Tom Riddle foi realmente destruido? A resposta é mais complicada do que possa parecer. Mas a verdade é que alguém como ele não seria jamais destruido de uma maneira tão 'simples'.
Aqui temos mais uma vez uma 'ajudinha' do companheiro 'acaso'.
Ok, Ok... Não vou ficar confundindo sua cabeça com explicações em pormenores. Já que vieste até aqui, que achas de ler a shortfic e entender o que estou querendo dizer? ;)

A mulher acordou assustada, com o coração acelerado e suor escorrendo em sua face. Tivera mais uma vez o mesmo sonho que, mesmo depois de tantos anos, ainda a acompanhava... Porque aqueles malditos olhos verdes e aquele sorriso nunca a deixara em paz? Não, não estou falando dos olhos e nem do sorriso de Harry Potter, caro Leitor... Trato aqui de 'outros' olhos verdes; olhos tão cruéis quanto lindos... Tão frios e vazios quanto brilhantes... Os mesmos olhos que a protegia e a olhava atenciosamente nos momentos de solidão, foram os mesmos que a traíram mais tarde; os mesmos olhos que ela enxergava amizade e confiança e que mais tarde lhe mostraram uns olhos tão sombrios e incapazes de entender qualquer um dos sentimentos que eles pareciam dedicar a ela.
Gina sentou-se na cama, e ajeitou os cabelos que havia grudado em sua testa. Olhou para o marido profundamente adormecido ao seu lado e esboçou um sorriso. Quanto tempo ela teve que esperar para que Potter a notasse? Quanto tempo ela sofreu e chorou por ele... E chorava nos braços dele; nos braços do responsável pelo pesadelo.
O quarto estava escuro, apenas iluminado por um finíssimo raio de sol que se agarrava ao horizonte tentando se erguer. Levantou-se da cama e notou que, em um canto do quarto, repousava o seu antigo malão da escola, tristemente ignorado pelos anos.
“E por que não?” - pensou a mulher, dirigindo-se até ele e sentando-se em sua frente. Talvez fizesse bem reviver algumas boas lembranças para distrair-se daquelas que vagavam agora em sua mente.
As letras “GW” gravadas em douradas ainda estavam bem nítidas. Retirou o cadeado que estava aberto. Há quantos anos que nunca mais tinha mexido naquelas coisas? Livros de todos os tipos, tamanhos, cores e assuntos; penas quebradas, coloridas e manchadas; antigos potes de tinteiros; bilhetinhos que trocava com as amigas nas aulas de poções escritos em Runas e um caldeirão amaçado. Havia tanta coisa que fizera ficar um pouco nostálgica. Era tão bom lembrar daquele tempo...
Ela folhava um de seus antigos livros de “Defesa contra as artes das Trevas” quando encontrou no meio dele, um pequeno pedaço de pergaminho amaçado.
Nele havia rabiscado algumas coisas de uma aula ,quando ainda estava no primeiro ano, que lhe faltara pergaminho e ela tivera que arrancar uma folha do...
-Diário de Tom Riddle. - Disse Gina o suficientemente alto para fazer Harry virar-se na cama.
No mesmo instante, um pensamento passou pela sua mente... Ela sabia que o diário havia sido destruído, mas um pequeno pedaço dele estava ali, uma parte da alma de Riddle estava naquele papel, repousando em suas mãos.
Gina o largou rapidamente no chão, como se estivesse segurando algo sujo, infectado. E se aquele pequeno momento de displicência quando ela tinha apenas onze anos e não se sentia segura o suficiente de pedir um pedaço de pergaminho para um colega, pudesse causar-lhe algumas conseqüências tanto tempo depois?
Voltou a pegar o papel na mão, ainda com os olhos muito arregalados. Levantou-se e dirigiu-se até à escrivaninha do quarto, onde pousou o velho pedaço de papel. Ainda ficou alguns segundos fitando a folha que ensinava como lidar com um diabrete da cornuália.
-E se... - sussurrou a mulher.
Decidida, pegou pena e tinteiro. Sua curiosidade tinha levado-a até ali e iria até o fim.

“Você ainda está aí?” - escreveu com a mão trêmula, em um pequeno canto da folha, rezando para que nada acontecesse.

A tremura espalhou-se por todo o corpo de Gina quando as suas palavras sumiram e logo abaixo apareceram outras, com uma letra fina e ao mesmo tempo grosseira. Uma letra que ela conhecia muito bem.

“Sempre estive.”


Ela observou atônita a frase ser absorvida pela folha de papel. Ainda não podia acreditar no que estava acontecendo. Como era possível ele ter sobrevivido dentro daquele malão em uma situação tão precária? Como ela nunca se deu conta que guardava algo tão perigoso dentro de sua própria casa? Que risco aquele pequeno pedaço de papel podia representar para os seus filhos? E pior que isso: como ela JAMAIS lembrou daquela maldita folha que arrancou daquele estúpido diário? Gina agora amaldiçoava-se em pensamentos quando outra frase apareceu sobre o papel:

“É bom poder falar com você novamente, querida Gina...”


Ela sentiu uma repulsa tão forte ao ver as palavras zombeteiras que Riddle postara no papel. Como ele podia continuar tão frio, tão... repugnante? Ele nunca mudaria. Mesmo fraco, ele continuava prepotente.

“Que pena que eu não possa dizer o mesmo, querido Tom. Você sabia que tenho uma presa de basilisco guardada aqui nas minhas coisas e nunca pensei que ela pudesse vir a ser útil um dia?”

“É mesmo? Então porque você não a pega logo?”


A ruiva quase podia ver aquele sorriso sarcástico de Tom Riddle através daquela mísera folha que ainda o guardava vivo.

“Porque eu, ao contrário de 'algumas pessoas', não teria a covardia de me aproveitar de alguém indefeso como você...”

Agora era ela que sorria sarcástico. Mas porque diabos ela não pegava aquela maldita presa e não acabava com isso logo? Apenas Tom sabia o porquê...

“Vejo que você amadureceu razoavelmente nesses anos todos, minha linda... A propósito, poderia me informar quantos tempo de passou desde que o seu 'maridinho' destruiu o meu diário? Ficar preso dentro daquele malão me fez perder total noção.”


Gina não podia acreditar no que estava lendo... “Minha linda”; “maridinho”?? Quem ele pensa que é? "Pedaço de papel ridículo!"

“Bom, vejamos... Desde quando meu “maridinho” destruiu o seu diário: 22; desde que ele te derrotou no cemitério:20; desde que ele te matou com um ricochete da sua própria maldição:17. Deseja mais alguma informação, senhor Riddle?”

“Uhm... andaste fazendo minha linha do tempo, Sra. Potter?”

“Quando vai parar de pensar que o mundo gira em torno do seu umbigo? Quer saber? Essa conversa já foi longe demais!”


Gina tomou o papel nas mãos, antes que Riddle pudesse responder; amassou-o com vontade e o atirou dentro do malão tornando a fechá-lo.

-Gi? - Perguntou um Harry meio sonolento, lutando para erguer-se na cama e olhar para a esposa – o que está fazendo?
-Resolvendo uns assuntos passados que ficaram “mal-resolvidos”
- respondeu a ruiva sem pensar, trancando com violência o cadeado.

Harry, que estava praticamente dormindo, tombou travesseiro. Gina fez o mesmo, jurando que nunca mais abriria aquele malão, apesar de que mais tarde, outro sonho faria com que ela 'esquecesse' da promessa...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

(Des)acasos e rotinas


(Olá queridos!

Obrigada por estarem mais uma vez aqui lendo as minhas composições dos momentos de devaneios!
Por favor, deixem seus comentários pois graças a eles tenho sempre progredido na minha maneira de escrever!
Sim, esta é mais uma shortfic em homenagem ao meu shipper favorito que fala mais um pouco do tipo de 'relação' que existia entre eles. ;D)

-Milorde,não.. Por favor, perdoe-me, por favor... Não foi minha intenção, por favor, por favor! - Suplicava a comensal em meio as lágrimas, jogada aos seus pés, segurando seu Lorde pela capa.-Eu juro que...
-Cansei de suas promessas Lestrange! Suas falhas já foram mais do que suficiente!- gritou Voldemort com tanta força que sua voz fez vibrar as janelas do quarto. - Solte-me agora, mulher! - Disse ele, segurando-a pelos braços, empurrando-a para trás e derrubando a comensal aos prantos de costas no chão.
-Milorde... - Suplicou baixo, em meio a soluços nervosos, arrastando-se na tentativa de alcançar os pés dele.
Voldemort urrou de raiva, e com um balanço brusco da varinha, fez a comensal voar uns centímetros para trás e bater de encontro a parede.
-Estou com nojo de você, Bellatrix!-dizia andando em direção a ela, olhando-a com escárnio e falando firme, com um ódio notório em sua voz - Sempre foste a minha mais fiel e leal comensal da morte, e no momento que mais precisei de ti, te tornaste esta inútil!
A comensal encolheu-se contra parede. Agora ela percebia o quanto ela tinha se tornado inútil. Primeiro pelo tempo perdido que se deixou passar em Azkaban e agora isto: Ela não podia ter deixado Potter quebrar a maldita profecia sem antes ter pelo menos escutado o que ela dizia. Voldemort tinha convocado ela e Lucius para liderar os outros comensais. Agora, Malfoy estava com um encontro marcado com os dementadores e ela recebendo o castigo mais que merecido por sua falha. Nunca tinham cometido um erro com tamanha gravidade.
Ela tinha o rosto inundado pelas lágrimas. Voldemort havia parado de frente para ela e a olhou nos negros olhos que suplicavam pelos seus. Levantou uma das mãos e cerrou o punho, apertando com força. Em um reflexo rápido, Bellatrix fechou os olhos e virou o rosto para o lado. Sabia o que ia acontecer.
No entanto Voldemort, tornou a baixar a mão e a segurou pelos ombros levantando-a quase violentamente.
-Olhe pra mim Bellatrix. - falou entre os dentes, dando-lhe uma sacudida.
Ela tremia dos pés a cabeça. Nunca havia sentido tanto medo e tanta repulsa por seu Lorde na vida. Queria sair correndo dali. Queria que alguém entrasse pela porta e fosse resgatá-la das mãos daquele 'tirano', daquele 'ditador'... “O que eu estou pensando??” - repreendeu-se Bellatrix em pensamentos. Ninguém iria resgatá-la e ela não tinha de ser resgatada de nada. Ela estava nas mãos do seu Lorde, do seu Mestre, do seu Senhor, do seu Dono. Ela pertencia a ele de corpo, alma e coração. Era como se Bellatrix fosse outra Horcruxe dele: Um pedaço de sua alma ocupando cada espaço do seu corpo. Ele era o sangue que circulava em suas veias e irrigava os seus orgãos; ele era o ar que oxigenava e preenchia os seus pulmões. Ela era muito mais do seu mestre do que já fora de qualquer pessoa. Seus pensamentos, seus atos, tudo pertencia a ele.
Hesitou um pouco antes de olhar, ainda tremendo, nos olhos dele extremamente próximos aos dela.
-Sabes que merece ser castigada, não sabes? - perguntou Voldemort, com sua voz maldosa.
-Se-sei, Milorde- disse ela com a voz trêmula.
-Sabes que merece morrer, não sabes?
-Sei... - disse fechando os olhos.
Voldemort mais uma vez a empurrou de encontro com a parede, sacou a varinha e balbuciou algumas palavras que não se pode entender. Algumas cordas brotaram da parede amarrando braços e pernas da comensal. Bellatrix não tentou contestar e nem se defender das cordas que a prendiam com tanta força que acabaram ferindo seu pulso e tornozelo.
Ele tinha razão: ela tinha se tornado uma fraca, incapaz de resgatar uma profecia idiota. Que utilidade ela teria para ele? Que falta ela faria?
Ele certamente não usaria a maldição da morte, porque isso era ser bonzinho demais com ela. Provavelmente a torturaria até o dia clarear e em seguida usaria de algum outro artifício para ferí-la e a deixaria sangrar até que a morte viesse ao seu encontro.
Perdida em seus pensamentos macabros, tentando imaginar como ele a mataria, ela não percebeu a aproximação dele: Colou o seu corpo ao dela e a beijou intensamente nos lábios e tocou cada centímetro do seu corpo com veemência. Ela já não compreendia mais nada: Estaria ele despedindo-se dela? Queria provar o gosto do seu beijo pela última vez antes de sacrificá-la? Se fosse isso, Bellatrix resolveu deixar como uma última lembrança o melhor beijo que já lhe deu na vida, rendendo-se inteiramente àquele momento.
Ele jamais se desfaria de Bellatrix. Sua mais fiel seguidora jamais deixou de ser útil pra ele e jamais teria este fim. Ela sempre foi sua melhor combatente e duelista, tinha poderes extraordinários, mas nenhuma consciência, era verdade. Mas de que adianta ter consciência se ela não é capaz de sair de sua varinha e atingir o inimigo? Bellatrix tinha errado e errado feio, no entanto, ele ainda precisava dela.
O que Voldemort sempre 'odiou' em Bellatrix era o fato de que a sua submissão a ele lhe tirava o controle sobre seus pensamentos e atos, fazendo com que se deixasse levar pelos seus instintos mais primitivos. O Lorde das Trevas não podia negar: Sempre foi assim, e para sempre seria.
Em seguida, Voldemort afastou-se um pouco dela vagarosamente, deixando sua comensal quase desfalecida ainda presa a parede do seu quarto. O peito dela subia e descia rapidamente em um compasso sincronizado, tinha os cabelos bagunçados, os olhos apertados e o rosto extremamente branco, deixando-a com uma aparência extremamente doentia e demente.
-Você... é a minha desgraça, Bellatrix. - disse ele mergulhando na escuridão dos olhos dela e segurando-lhe um bom pedaço de cabelo, sem perceber que disfarçava mal os seus desejos.
Ela sorriu maliciosamente e arriscou uma mordida de leve nos lábios do seu mestre. Aos poucos o medo que ela estava sentindo dele ia se esvaindo. Ele soltou os cabelos da comensal, girou nos calcanhares e se afastou em direção a porta. Ao tocar a maçaneta com uma das mão, com a outra ergueu a varinha e balbuciou algumas palavras estranhas fazendo as cordas desaparecerem lançando Bellatrix ao chão.
-Milorde! - chamou Bellatrix, engatinhando e levantando-se, indo até o mestre que estava para sair do quarto.
-Não estás satisfeita que lhe poupei a vida Lestrange? - perguntou, tornando ao cômodo, em uma seriedade que não pertencia a ele.
-Não, Milorde. Não estou. - disse a comensal postando-se extremamente próxima a ele. Em seguida, segurou-o pelas roupas negras e o puxou de encontro ao seu corpo tão bruscamente que os fez dar alguns paços sem jeito para trás.- E podes me chamar de Bella. - falou suavemente mirando os seus lábios.
Envolveu-o com beijos ardentes e carícias que o faziam perder totalmente a razão. Esse era o único momento em que ele se tornava submisso a ela, o único momento em que ela se tornava a 'mestre' e ele o 'servo'. Ela sentia a necessidade de ser perdoada completamente; E ela já estava.

"(...)Embriago-me.
Em alguns minutos, o êxtase.
Nervos e músculos em fadiga
O que factível, feito, com zelo,
Sem pressa, sem medo, sem amor.
Nesse confronto de peles e véus
Dando prioridade ao meu bem estar
Ela entrega-se a mim sem queixa,
Eu, seu senhor. Ela minha musa seminua.
Disposta ao prazer sem amor,
Mais que servil, enternecendo o ato.
Ela toda em mim, dominando-me
Eu, um mero expectante do gozo."
Agradecimentos especiais a Tom Marvolo Riddle, a minha fonte inesgotável de inspiração(e outras 'coisas mais'...)
((hiehiehiehiehiehie!))