segunda-feira, 14 de julho de 2008

Palavras ao vento.

((Seeeempre quis escrever uma shortfic em primeira pessoa, mas é bem complicado colocar-se na pele de alguém como Bellatrix quando se fala de sentimentos. Esta é a primeira vez que tentei, então peguem leve!))

Bellatrix amou demais a si mesma para aceitar que amava alguém que não sentia o mesmo que ela. Isso a fez transformar todo o amor no único sentimento que realmente compreendia.”





Não existia nada em Rodolphus que me agradasse. Detestava a forma como ele passava as mãos no cabelo e aquele perfume gostoso que exalava dele e preenchia a sala da mansão toda vez que ele por ali passava. O sorriso, tão perfeito e tão encantador, mas tão comum para mim que não acreditava que apenas com aquele gesto conquistava várias sonserinas do terceiro ano de Hogwarts. O que havia nele de diferente? Sinceramente, não faço a mínima idéia.
Odiava a forma única, carinhosa e veemente a qual ele me tocava e fazia esquecer quem eu realmente era. Detestava como esses momentos mexiam comigo e fazia com que meu coração voltasse a bater tão forte que era quase impossível conter no peito. Momentos esses que me faziam dizer e pensar coisas que me arrependia no dia seguinte, logo que despertava aninhada no calor dos braços dele com o coração inerte. Odiava passar o resto dos meus dias esperando por mais um momento como esse.
Odiava as flores que nunca recebi e as promessas de amor eterno e fidelidade que nunca ouvi. Odiava as frases românticas que nunca encontrei escondida embaixo do travesseiro e sob o prato antes do café. Odiava os passeios de mãos dadas que nunca demos e as vezes que nunca assistimos o pôr do sol ou olhamos as estrelas. Odeio a aliança que uso no anelar esquerdo, representando a nossa união de aparências e interesses. Odiava que ele não me odiasse por tantas vezes traí-lo sem o menor pudor com um homem que o superava em todos os sentidos. Jamais perdoei as desculpas que ele nunca pediu por me fazer odiá-lo quando a única coisa que eu queria era poder amá-lo com todas as minhas forças e ser amada de volta com a mesma intensidade.
Não me importava que Rodolphus saísse cedo da noite e a que horas ele iria voltar. A mim, não interessava aonde ele estava, com quem estava e o que estava fazendo, mas podia sentir meu coração, que ainda não podia controlar, bater apertado e impedia que meus olhos se fechasse e que o resto do meu corpo descansasse. Ele só se acalmava no meu peito quando, de manhã, o rosto de Rodolphus repousava junto a ele.
Nunca amei Rodolphus Lestrange. E o odeio por ele nunca ter me tirado da escuridão, por nunca ter me feito ver as verdades ocultas atrás da ilusão que eu sempre acreditei. Por permitir que eu seguisse aquela ilusão até a morte. Odeio Rodolphus Lestrange por nunca ter me ensinado a amar.
Nunca. Nunca gostei de Rodolphus Lestrange. Não gostava que competisse comigo no seu jeito arrogante, no seu ar sarcástico, na sua força inatingível e no seu cinismo incomparável.


Eu fui, eu sou e eu sempre serei Bellatrix e isso me torna a estrela do meu próprio mundo que sempre girou em torno de mim. E no meu mundo, Rodolphus Lestrange pertencia a mim. Somente a mim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bella, mais uma vez, eis que aqui estou para elogiar-te.

Bem, acho interessante a colocação de Bella acerca de Rodolphus nunca "ensiná-la a amar", mas vejo que ela não deve ser levada a sério. Bella a disse em um assomo de revolta, apenas para fins retóricos. De fato, não creio que Bella, com todo seu egocentrismo, fosse capaz de AMAR. Aliás, o que ela sente por Voldie, longe de ser amor, é admiração, respeito, lealdade inabalável...
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E não pude deixar de lembrar das minhas camisas na conta de Rodolphus, hohohoho...

*olhar malvado*

Beijo grande!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.